quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Advento


À espera orante do Senhor, como as Virgens com suas lampadas acesas, caminhamos à penumbra deste tempo, sob os véus roxos dos paramentos eclesiásticos nos lembrando o silêncio da expectação e embalado pela alegre esperança do reencontro e da saudade contida que irá se manifestar na contemplação do Menino Deus no presépio. Essa espera do Senhor é mesclada de vários siímbolos e sinais. vejamos: o anúncio dos profetas, o silêncio de São José. O anúncio do anjo e a prontidão do FIAT de Maria. A ENCARNAÇÃO DO VERBO. A gravidez de Izabel e o silêncio de Zacarias, o serviço de Maria e sua missão junto de Izabel e o seu Magnificat. A exultação de João Batista com a presença de Jesus em Maria e a proclamação da Maternidade Divina de Maria pela boca de Izabel. O encontro de Maria com José e a aparição do anjo em sonho a ele. A aceitação de São José, o amor de José por Maria e pelo Deus de Israel. O ressenciamento e o cumprimento da escritura, o desprezo das estalagens e o aconchego do presépio. O parto virginal e a solicitude da Graça Divina. As faixas que envolveram o recém nascido e o calor que saía dos animais do curral. A pobreza que abrigava a nobreza do Rei do universo. Os anjos celestes e os humildes pastores, os presentes dos reis e a perseguição de Herodes. O martírio dos primogênitos e a guarda da vida do Filho de Deus pela Sagrada família de Nazaré. Tempo bendito, tempo santo, os contrastes deste tempo fulguram a vida do cristão que deve observar na simplicidade da vida a ação mais milagrosa do Deus Todo-Poderoso. È o tempo do ADVENTURE, aventurar-se na "loucura" de Deus que se fez homem por amor dos homens, aventurar-se no seu amor, preparar-se pois as colinas e os vales serão nivelados, Deus será o Deus de todos, acessível a todos, o EMANUEL, DEUS CONOSCO...

ora vem Senhor Jesus!

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Bruno,

Excelente texto! Não apenas pelo conteúdo nele expresso, mas pelo conjunto textual em sua plenitude. Palavras dispostas com a sabedoria daqueles que possuem na escrita, o talento e o dom divino manifestado no ser humano de forma singela e prodigiosa.
Que o momento reflexivo provocado pela celebração da vinda do menino Jesus ao mundo terreno, nos faça compreender que sua vinda foi um evento lindo, cercado por um ambiente hostil. Vinda repleta de simbolismos que deve nos fazer repensar valores e compreender de forma definitiva e inequívoca, que nossa missão cristã é um nascimento sofrido a cada dia. No entanto, nascimento que deve ser também seguido pela beleza da vida que Ele nos concedeu. Que saibamos viver este tempo para crescer em nós, os valores mais puros e verdadeiros da alma humana, sempre norteada pelo amor infinito de Deus.
Grande abraço e parabéns pelo belo texto!

Anônimo disse...

É interessante quando olharmos para a figura de Maria....
Se tentarmos por um segundo que seja visualizar aquele momento na manjedoura com nossos olhos carnais, veríamos uma mulher, pobre, com um recém nascido no colo e com seu esposo ao lado ao mesmo tempo absorto ao ver o nascimento da criança e decepcionado por não ter podido dar um lugar mais propício para o nascimento daquele bebezinho. Mas, se olharmos mais de perto, desta vez com os olhos da alma veríamos algo surpreendente...
Imagine Maria: ela olha para seu filho. Ela pode ver com clareza seus traços marcados no rosto daquela criança. Quer amá-la como nunca! Mas ao mesmo tempo ela vê Deus! O que ela deve pensar? Como pode Deus naquele momento ter seus traços faciais? Como pode Deus estar ali, frágil, dependente dela, à mercê de seu amor ou até mesmo de seu ódio? Como? Como?

Imagino que mil pensamentos estivessem passando pela sua cabeça. Mas ao mesmo tempo, conhecendo Maria como conheço, sei que ali, naquele momento, não fazia sentido tentar entender o mistério. Eu acredito que se ela quisesse ela entenderia e justamente por ela poder querer entender ela não o queria! Pra ela só valia amar. Mas amar ao seu filho? Amar ao seu Deus? Não sei... Só sei que ela somente soube amar...

Bruno Augusto disse...

ela somente soube amar... puxa!!! como me toocu essa reflexão meu caro amigo Anônimo. infelizmente não tem seu nome, infelizmente não poderei agradecer-te tamanho presente em me tocar o coração. Preciso Somente amar, amar envolto ao ódio, em meio a mentira, em meio ao tormento dos pensamentos, em meio ao cansaço, em meio a dúvida e a solidão. São sentimentos que perduram sempre em meu coração e que de modo cortante me ferem dai-a-dia. Soubesse eu como me livrar dessas amarguras e viver livre como Maria para seu Deus, para seu Filho. Imagino que a Santíssima Senhora não viveu apegada a seu bendito Filho, imagina que ela sofreria muito a dor de vê-lo sempre partir para sua missões, acompanhá-lo de longe e algumas vezes, ficar sem Sua presença, no tempo que lhe era por direito de mãe. Ah, bendita Mãe, como tens a nos ensinar pelos teus silêncios, como tens a nos ensinar sobre o silêncio que afugenta o feroz inimigo da salvação, silêncio que não causa solidão ou tédio, mas que está preenchido da amorosa presença de Deus, uma "solidão sonora", uma "aolidão povoada, presença amorosa do amado". Este era o vosso ofício amar silenciosamente! Não há mulher no mundo que mereça tais honras e que possa aurir para si a honra de ser Mãe de Deus, ninguém pode estar certa de possuir a Deus mais do Tu. Nemo!
Honra-me a graça de pertencer ao número de teus filhos e dos teus escravos!

Roga por nós Oh Mãe tão pia, eis nos aqui pra te louvar. Piedosa Virgem Oh Maria, pra te pedir e suplicar. Infeliz quem não te conhece, padece em vão, sem consolo e demais. Mas teu amor por nós não desfalece. Não nos deixará jamais. Não, não, não jamais. Jamais, jamais.

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