domingo, 30 de agosto de 2009

Setembro


"Quando entrar setembro
E a boa nova entrar nos campos" (...)

É por aí... falta alguns diazinhos para que a prima VERA venha encher os nossos olhos, por cor nos campos cinzas das nossas vistas. Mas enquando isso nao é realidade, podemos ir batendo o pó, tirando coisas velhas da frente da janela para melhorarmos os ânimos, a vista, os passos. Retirar folhas murchas e esperas que a noite venha tecer as novas, iluminados pelo sol de setembro, pelo sol da primavera.
Pássaros sejam bem vindos, borboletas, casulos e ninhos. Fadas para quem acredita, duendes, seres animados de vida. VIDA, sim venha como criança, correr por aqui, saltar no nosso jardim, cavucar a terra e quem sabe espalhar sementes. Lições de vida, livros abertos, sorrisos e mesa de café da manhã. Amigos que chegam e que vão, amigos que são bens, família, dizeres, palavras bonitas e mais uma vez sorrisos. Já choramos muito, agora nos resta tentar, inventar, trazer as flores e os perfumes. O espírito se renova e a nova lição escreveremos, com o sentido novo do Amor.
Anime-se... eis que a prima chega, de longe e vem com novidades!

Feliz Setembro

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

o primeiro pedaço


Dedicar. Dedicar como se dedica um título. Simples? Sim, muito simples. Amizade é assim, nas pequeninas coisas ela está. Não tenho que ter dinheiro ou nome, posse ou regalia, carro nem mulheres, devo ser eu. Imperfeito como sou nutrindo-me da perfeição do outro.
Errar é inevitável, esconder verdade? Possível. Permanecer no erro? Impossível. Não há nada que uma amizade verdadeira não seja capaz de salvar, não há nada que uma relação de amizade nao venha sanar. Aliás, acho que no céu a amizade chama-se bálsamo, cura ferida. Amizade alimenta até aquele que não quer comer. São palavras? Não. É presença!
Partilhar da vida de outro é como que tomar um ovinho de casca fina nas mãos e ter que levá-lo pelo escuro, pelo dia, atrevessar o rio, subir uma montanha, e depois descer uma pirambeira. Saltar sobre um riacho, atravessar uma pontinha minúscula e subir um pouco mais. No jardim logo adiante depositar o tesouro num ninho para ser um dia uma linda ave. O Pássaro encantado!
Dar meu primeiro pedaço de bolo a um pássaro é significativo, é devolver a vida, um lance de vida, um olhar de felicidade e gratidão. Afinal, só há um primeiro pedaço de bolo no meio de tantos. Há duas mãos, uma que doa e a outra que recebe. Há um bolo inteiro e várias partes disputando o primeiro lugar, mas aleatóriamente se escolhe, talvez pelo pedaço de morango, pelo creme da beirada, pela jujuba do enfeite, enfim escolhe-se e da escolha nasce um sorriso. O que recebe doa, pois doa o espanto de receber tamanho reconhecimento e o completa com o sorriso que salva. O que paga o sorriso de um amigo que precisa ser salvo? NADA! E se nada paga esse sorriso nada apagará a bela chama da sua vida. A bela chama da sua vida são como as velas que iluminam esse bolo, só trazem luz, mesmo onde já há luz, não importa, é pequena? Sim, mas existe e tem sentido. Por isso a ti meu amigo o primeiro pedaço do bolo, o primeiro pedaço de vida, o primeiro sorriso puro, o primeiro sopro da esperança de um novo ano, o ânimo da vida que se renova.

Sejamos felizes!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Tudo para mim



"No fim seremos julgados pelo amor."

Queria começar por essa frase de São João da Cruz. I Vésperas de tão grande solenidade, natalício, dia sagrado, pois de Deus saí e aqui nesse exílio me disponho a correr ao Seu encontro. De dor incompáravel essa vida, mas de consolo inestimável.
Chovia nessa sexta, o dia acordou cinza. Eu, particularmente gosto dos dias cinzas, me fazem bem, mas o dia hoje não me causava atração, pois chovia. Gosto dos dias cinzas quando eles trazem ventos e não chuva. Pois bem, logo pela manhã adentrei e desbravei essas águas novas que do céu desciam, lavaram-me no sono, encharcaram-me os pés. Lágrimas ou banho? Unção! Sabia Deus, Aquele maravilhoso Ser que eu amo o céu azul e o vento, sabia ele que a tarde para mim atrai-me ao céu e a contemplação da saborosa doçura de pertencer ao número dos que O amam.
Celebro hoje a vida, mas não tenho medo de dizer que sinto o cheiro da irmã morte. Não aquela do esquecimento, mas a morte do encontro. Não a morte da dor e do luto, mas a alegre irmã que trará o Belíssimo Esposo definitivamente. Um só dos olhares dele me atrairá, ardendo-me irei unir-me a Ele.
Hoje, comemoro o dia que sai dEle e logo celebrarão o dia que regressarei a Ele. Chama viva, Amado, Esposo, Amigo, PAI.
Tenho que dizer, me alegro em poder chamar-Te de PAI. Pequena, porém dura palavra. Não sei bem como digerí-la. Precisei de um para nascer, me deste um pai, olho e olho e vejo muito pouco perto de mim, olho mais uma vez e reconheço que Tu me persegues com Teu olhar de PAI. Queres que eu viva, por isso me atraia para Teu reino aqui na Terra, Tua Igreja Santa, me levaste ao claustro e retiraste minhas sandálias. Descalço fiquei.
Não temo minha história. Tenho amor por ela, reconheço-a com carinho, vejo-a com alegria, a vejo com novos olhos. Olhos de águia. Tive que aprender uma coisa, olhar para Ti e dizer:_ ACEITA-ME COMO SOU. Oras, uai, foi assim que me amaste. Que são meus olhos, que são meus olhos sobre você? NADA. Contudo, os teus sobre mim, ah, esses sim, esses fazem diferença.
To chorando.. kkkk :) !!!!
Vi um Ipê amarelo, desses muitos que colorem nossa cidade. Mas esse está longe, no meio da mata e reluz de longe. Percebi que assim como ele lá longe veio a minha percepção, eu também estou na percepção de Deus, singular, não misturado.

Chegou-me um menininho, um menininho que mora no meu coração... Chamado Vinicius.
_Olha Bruno, minha festa vai ser amanhã as 17hs e a sua?. (porque ele faz niver no mesmo dia que eu).
_ Ah, Vini, vai ser a noite, porque de dia é dificil, vai que chove?
_Não, vou orar e pedir a Deus que mande um sol brilhante para mim durante o dia e uma lua muito brilhante pra você durante a noite.
_kkkkkk... que bonito, tenho certeza que Ele vai conceder.

Emudeci. Mais uma vez. Ele me mata sempre. Com 8 anos desconstroi-me e me ensina. Eu devo ter sido sim uma criança feliz, mas não me dou bem com elas. Elas? Me amam! vai enteder...??!! tenho que rir dessa cômica tragédia. Uma dose de tristeza, mas com a surpreendente esperança de que tudo é mutável. Digo isso, porque no mesmo nome, Deus se revela em duas particularidades para mim. É ao mesmo tempo eu criança sendo amado e amando, e sendo "Pai", irmão mais velho, etc... Recebo da outra mão uma super dádiva, um novo Vinicius, um Vinicius Pai. Um Vini Filho e um Vini Pai. Onde está Deus nisso? hum, a ensinar-me. Onde estou eu? A formar-me!
Nascendo sempre e me contruindo dia a após dia. Errando, buscando novos caminhos, olhando novas flores, encantando-me, detendo-me quando necessário. Bebendo da vida que me foi dada, usando dela conforme sinto-me impulsionado pelo Espírito, às vezes guiado pelo instinto. Contudo e sempre inteiro. Sem rótulos, rotulando por vezes, mas nao deixando de me moldar. Chorar? Faz parte... Adoro lubrificar os olhos, eles precisam falar mais dessa forma. Adoro minha vida, adoro meu amigos, adoro minha família imperfeita, com cicatrizes, porém linda. Adoro tudo o que tenho. Tem coisas que parecem não servir-me de nada, mas se não servissem não as teria. Acomodo-me como posso, o que não posso levar eu deixo, sem querer as vezes deixar, mas é preciso... Arquicambalhotas, viro palhaço num palco que eu mesmo montei... Sou protagonista da minha vida, consagrado ao Oscar. VIP. Eu sou assim, um pedaço de luz e outro de escuridão, pareço com o mundo. Não bipolar, mas intenso em todos os sentimentos. Sou um Ipê, sou um rio, sou uma bola e uma vareta. Uma melodia e um doce, um silêncio e um encontro. Um jeito de ficar e outro de ir. Sou o que você quiser de mim. Sou eu mesmo.

Feliz por celebrar-me junto de Deus...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Abraço de Pai

Quanto eu esperei ansioso queria te ver
e te falar o que há em mim, já não podia me conter.
Me decidi Senhor hoje quero rasgar meu viver
e te mostrar meu coração, tudo o que tenho e sou.


E por mais que falem, não vou desistir
eu sei que nada sou, por isso estou aqui.
Mas eu sei que o amor que o Senhor tem por mim
é muito mais que o meu, sou gota derramada no mar.
Quanto tempo também o Senhor me esperou,

nas tardes encontrou saudade em meu lugar,
mas eu me ver na estrada ao longe voltar
num salto se alegrou e foi correndo me encontrar.
E não me perguntou nem por onde eu andei,
dos bens que eu gastei, mais nada me restou,
mas olhando em meus olhos somente me amou
e ao me beijar me acolheu num ABRAÇO DE PAI.

PARA QUEM NÃO PODE MORRER!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Um menino


Sentado na calçada, espera o menino, silencioso.

Espera mas não sabe o que espera.

Quer sem querer o quer ese avoluma a olhar por entre as sombras algum vulto que o ampare.

Quem poderá curá-lo? Espera mesmo assim...

cabisbaixo, triste, só lamenta.

Mas lamenta depois que se joga na astúcia inimiga.

Quer ser um farol, mas está apagado.

Quer ser uma seta, porém se vê pixado.

Quer ser uma referência, todavia se mostra incapaz.

Suspira um suspiro fundo e mina os olhos.

Odiou a praça e seus livros, perturbou-se com as letras,

não soube separar o belo, o frutífero, o contato do que insignificante.

É um poeta as avessas, com olhos carregados, expressão cisuda e

com o corpo encurvado, sinal da cruz.

O tempo o suga, o medo e a insegurança.

Chora por sobre si mesmo e se lança na escura via dos incoerentes.

Palavras são palavras, significam o que queremos significar, e se escondem

escondendo a maldade.

Um semblante com ferros retorcidos e vidro pode tirar-lhe a paz e fazê-lo deitar-se no Xeol.

Que sorte a desse menino, nem o fogo ele pode fitar sem dor...

tem o alento da fé, mas lhe falta a caridade.

Tem a ciência, mas é deficiente na aplicação.

O pobre menino se vê só, preenchido as vezes, mas desgostoso de si mesmo.

Não sabe confiar, não saber crer, não sabe esperar e atropela seus sentidos.

Cria monstros inimagináveis, cria torturas e se culpa sozinho.

Vê, mas não exerga. Anda, porém não caminha.

Perturba-se por ir da luz às trevas e das trevas a luz da verdade.

Dolorosa, sentida, chorosa, exaustiva, mórbida, injusta.

Nessa subida de perfeição, deixando de ser Íria, monstro, ele precisa ficar em pé

e a grande arte é fazê-lo voltar si mesmo e orientar o seu olhar.


Caminhando... em construção!

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