sexta-feira, 15 de maio de 2009

Dia cinza


Me encanto facilmente. Me dou facilmente e por vezes me perco na imensidade das coisas que trato. É a minha história, pura ou nem tanto, mas minha história, minha e de mais ninguém.

Este dia cinza de hoje e todos os outros não me causam tristeza e nem me deprimem, vejo cor neles, vejo a importância dele quando ele me diz: nem tudo são flores. De fato, nem tudo é dia de sol, porém o sol nao deixa de existir na noite escura e nem para de brilhar na manhã chuvosa ou no céu nublado. Por entre as nuvens ele está a brilhar, escondido. E como há trevas nos nossos dias aqui no exílio. Pudera eu enumerar tantos que já tive, mas isso seria persuadir meus amigos leitores de que tenho mérito no sofrimento e não desejo isso, contudo nossa condição humana dá testemunho de tamanhos sofrimentos experimentamos em nossa carne mortal. Pode parecer loucura, mas a condição do sofrimento é a experiência que nos une de modo mais que admirável a Deus. Ora, o próprio Senhor nos deixou exemplo de pequenez e resignação. Abaixar a cabeça em certos momentos da vida e ouvir não é sujeitar-se sem causa e humilhar-se sem motivo, muito pelo contrário é deixar-se erguer pela caridade. É ser o reflexo do Sol escondido.

Assim espera a Igreja que nós nos iluminemos deste Sol que é Cristo, Sol do Amor, para dele espalhar os raios, e isso espera de nós sabendo que pelo sofrimento do dia cinza alcancemos, configurados por ele, tantos outros irmãos que na vida dura silenciam suas vozes e deitam sobre o solo do mundo cansados da labuta que suas mãos empreendem. E não digo das labutas físicas, mas dos trabalhos da vida mística de amar quem não merece, de oferecer a outra face e de querer o bem mesmo que os outros pensem ou julguem que somos impotentes e fracos.

Ah, que fraqueza bendita esta que nos iguala aos bem aventurados do céu, fraqueza que nos faz forte diante do mundo louco que não aceitou o remédio celestial de Deus.

Vai saber, por isso tantos habitam em nuvens cinzas procurando respostas que só encontram no calvário. Calvário que não tem Cristo na Cruz não faz ressuscitar. Calvário onde não se ouve e nao se reconhece o : eis ai tua Mãe, está vazio e não sabe por onde caminhar durante o tempo de silêncio entre o túmulo e a ressurreição. Já fomos alcançados pela luz, fruta da obra de Jesus nos braços da Santa Cruz

Andemos por esta noite iluminados pela Cruz junto de Jesus, sejamos fortes e verdadeiros, convictos do amor que abraçamos e dos bens que receberemos, a realização das promessas de Deus.


"O povo que andava nas trevas viu uma intensa luz..."


'"O JUSTO VIVE PELA FÉ"

Um comentário:

Cínthia disse...

Que nossos amigos não se assutem ... mas... Como é bom se sentir assim!

Porque ainda melhor é saber que mesmo solitários, mesmo nas 'noites escuras', nos dias sombrios e tristes temos a certeza da Suprema Companhia...

Esses dias cinzas, nos remetem ao interior, ao pensar, ao sentir. Onde nosso coração não encontra repouso senão no Divino Amado. ONde ele só busca a Luz...

Perfeita expressão: 'bendita fraqueza'.."O que para o mundo é escândalo, para nós é graça e Paz diante de Deus...


Estou contigo nesse sentimento..
Que venham as noites escuras, os dias cinzentos.. O Sol que brilha dentro de nós, com seus belos raios, nunca serão apagados..

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