quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Escada


SS. Bento XVI mostra como progredir na vida espiritual


O pontífice explicou aos fiéis em que consiste a «Escada» de João Clímaco, que este monge escreveu depois de 40 anos de vida eremita aos pés do monte Sinai.
Neste tratado de vida espiritual, João «descreve o caminho do monge desde a renúncia ao mundo ate a perfeição do amor. É um caminho que – segundo este livro – acontece através de 30 escadas, cada uma das quais está unida à seguinte».
Esta «ascensão» se divide em três fases: «a primeira mostra a ruptura com o mundo com o fim de voltar ao estado de infância evangélica»; a segunda «o combate espiritual contra as paixões»; e a terceira, «a perfeição cristã».
A primeira fase, explica Bento XVI, supõe «a volta à verdadeira infância em sentido espiritual, o chegar a ser como crianças. João comenta: «um bom fundamento é formado por três bases e três colunas: inocência, jejum e castidade. Todos os recém-nascidos em Cristo devem começar por estas coisas, tomando o exemplo dos recém-nascidos fisicamente». O afastamento voluntário das pessoas e lugares queridos permite à alma entrar em comunhão mais profunda com Deus. Esta renúncia desemboca na obediência, que é o caminho da humildade, através das humilhações – que não faltarão nunca – por parte dos irmãos».
A segunda, o combate contra as paixões, não deve ver-se como algo negativo, pois «é importante tomar consciência de que as paixões não são más em si mesmas, mas o são pelo mau uso que a liberdade do homem faz delas».
«Se forem purificadas, as paixões abrem ao homem o caminho para Deus com energias unificadas pela ascética e pela graça e, ‘se receberam do Criador uma ordem e um princípio..., o limite da virtude não tem fim’», afirma o Papa, citando João Clímaco.
Com relação à última fase, o sucessor de Pedro destaca os três princípios, «simplicidade, humildade e discernimento», dos quais «João, em linha com os Padres do deserto, considera mais importante este último, ou seja, a capacidade de discernir».
Refere-se também à oração, que pode ser corpórea, ou a «oração do coração», «a invocação do nome de Jesus, uma invocação contínua como a respiração». O fim da escada é a «trindade das virtudes»: a fé, a esperança e a caridade.
Esta caridade, comparada com o amor humano, está intimamente unida à esperança. «A ausência da esperança anula a caridade: a ela estão vinculadas nossas fadigas, por ela nos sustentamos em nossos problemas e graças a ela estamos rodeados pela misericórdia de Deus», conclui o Papa.


Fonte ZENIT (11 de fevereiro de 2009)

Um comentário:

Állyssen disse...

Quanto precisamos da graça e da bênção de Nosso Senhor para essa escalada...

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