segunda-feira, 22 de junho de 2009

"Feridas que não se fecham".

Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar,
Te vejo sonhando e isso dá medo,
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar, ao menos mande notícias
'Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar
Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar

Em outros timbres, outros risos

Eu estava aqui o tempo todo

Só você não viu
Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante
Só por hoje não quero mais te ver,
só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham,
não se curam
E essa abstinência uma hora vai passar
(Pit - Na sua estante)
"Cansei de chorar feridas que não se fecham" e sinto que é hora de levantar, deixar vago o lugar que parece nunca ter sido preenchido. Acho que só foi aquecido, ocupado e nunca visto. Perde-se a luminosidade da vida ao deparar-se com a parte fraca de si mesmo, humanidade ainda decaída e variante. Sem forças e sem armadura caminha o coração que antes de se abrir foi sendo intimidado... Onde encontrá-lo para refazer suas forças, mas onde também reabastecê-la? Só por hoje ele vai estar perdido, pois sua morada está fechada, o "Sans-Souci" para ele não existe essa noite e nem que se disponha a clamar pelo "Menino Feliz" ele não poderá ajudar, já vendeu suas pedras preciosas.
Vai sair, vai sempre fugir quando o barulho vier, vai sempre correr, mas até quando? "Só por hoje", dizem alguns. Mas são "feridas que não se fecham".Um dia ele irá e não saberá voltar... e não vai adiantar chorar... sangrar o próprio sangue e negá-lo, errar dá medo e perder-se é praticamente inevitável quando o mundo está ao contrário. Parece que ser bom está cada vez mais difícil. snif snif snif... Vai ficar na recordação aquele que sempre estava aqui.
Ir e vir e nunca chegar, sair sem mesmo saber pra onde e como caminhar, cerrar os olhos e suportar a incredulidade manifesta na tragédia de não segurar o impulso. Morrer e nunca ir, morrer e sempre ficar. Não querer e tanto querer, lutar por "feridas que não se fecham..."

4 comentários:

Livia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Livia disse...

Amigo Bruno,

Mais um belo texto. Existem feridas que precisam ser expostas ao extremo, ao limite máximo, para então iniciarem o processo de cicatrização. Se todo esse processo não ocorre, a ferida irá permanecer sempre com alguma manifestação durante a vida. Por isso, talvez seja melhor ir ao fundo da ferida, limpá-la totalmente e sofrer as dores que serão provocadas. Mas logo adiante, o processo de cicatrização virá e com ele, certamente, saberemos lidar com as próximas feridas geradas na vida.

Processo doloroso, penoso, dificílimo. Mas, cedo ou tarde, cada um de nós, se deparará com ele.

Abraços,

Marcus Feichas

Állyssen disse...

Ah, eu também cansei...
"Viver e não ter a vergonha de ser feliz."
;)

Lilian Rodrigues disse...

Olá priminho!!!

Lendo esse post, me lembrei de uma música do Roberto Carlos - Fera Ferida (brega eu sei, podem torcer o nariz) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!! mas eu tinha que comentar isso.

"Fera Ferida no corpo, na alma e no coração".

E não é que muitas vezes é exatamente isso acontece.
Nos ferimos por todos os lados e a partir disso começamos a observar a "grama" do vizinho, que sempre parece estar mais verde que a nossa.
Normalmente nos deparamos com a seguinte situação:
Tem gente mais dura que você, que agüenta mais porrada que é mais determinada. Que você olha e diz "esse cara não desistiria agora, não entregaria os pontos assim. Então eu também não vou afinar". Assim como há os que são mais frágeis, que sentem tudo de forma mais intensa e mais epidérmica, de modo mais profundo e mais sensível e você vai dizer "esse cara já teria largado esse abacaxi, não estaria sofrendo tanto. Por que diabos eu ainda estou aqui ralando?" . É... se olharmos para o lado sempre veremos pessoas mais aptas a segurar as intempéries como também aquelas com pavio e fôlego mais curtos, com menos resistência às asperezas e aos espinhos que a vida oferece.

A grande questão, a ser respondida individualmente por cada um, é: até quando continuar correndo nesta ou naquela direção significa visão e coragem e a partir de que ponto trata-se apenas de burrice e auto-imolação?


“Eu sei! que flores existiram .Mas não resistiram a vendavais constantes
Eu sei! Que as cicatrizes falam. Mas as palavras calam o que eu não me esqueci...”


Te amooo!!!
Bjokas!!!

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