"De ebúrneos palácios os sons vos deleitam..." Assim pensava na Virgem que naquela manhã visitava. Foi preciso subir uma montanha na noite mais fria e escura para olhar o lugar de tua morada. Graciosa manhã se encontrou, ainda que tímida, pela cortina de neblina que solene pairava como que estendida a cobrir-te. A noite escura ada fé, se me apresentava? Ainda não sei, mas observo os sinais. Correr ao vosso encontro senti, era o medo do desconhecido. Ainda que por entre a fumaça avistava-se a fortaleza e minha segurança dentro dela estava. A Tua Arca, Senhor, era meu refúgio. Dentro dela se encontra o abrigo o cuidado e o alento novo da esperança.
Quem é ela? Aquela Mulher bela, de cor trigueira. De mãos postas e com olhar fixo e sorridente? Ei-la advogada, Ei-la poderosa, Ei-la suplicante, e com um manto, da cor dos seus vitrais... É Esposa e é Mãe, acho que mais Mãe que Esposa. Zelosa, compassiva e amorosa, socorro bem presente, e na hora da dor remédio. E já dissera que sobre Ela, tudo o que se disser, nunca será demais, pois se encerra n'Ela todas as formosuras que O Deus verdadeiro, que vive para sempre, pode criar.
E essa bendita criatura, de bens e favores ornada, que o coração dos homens encanta se fez a menor de todas e hoje engrandecida pela promessa Divina, que as gerações lhe diriam dela, engrandecida, bem-aventurada, está sentada num alto trono de humildade a nos ensinar a olhar e contemplar que vale a pena confiar, esperar e na fidelidade se firmar. Mãe poderosa protegei-nos hoje e sempre e na hora da morte, um dia, chamai-nos para perto de Vós...
Aparecida, 14 de julho de 2012
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